A CASA tem como objectivos estabelecer uma rede de solidariedade entre as organizações representativas de trabalhadores para a defesa dos direitos laborais, sociais e políticos, que se paute pela democracia organizativa no mundo do trabalho, pelo internacionalismo – única forma consequente de responder ao dumping social provocado pela globalização – pelo pluralismo político-partidário dos sindicatos e pela sua independência financeira e política de partidos, governos ou Estado. Como uma organização de classe trabalhadora, procuramos uma sociedade que ponha fim ao desemprego e divida o trabalho por todos, com salários acima do mínimo para nos mantermos vivos, garantindo condições de vida dignas que cubram as necessidades humanas, materiais e espirituais. Direito dos trabalhadores ao pão e à poesia.
As novas gerações que chegam ao mercado têm menos direitos, são cada vez mais precarizadas e, por isso, usadas para rebaixar os direitos de todos. Ao mesmo tempo, estes trabalhadores não têm sido apoiados, organizados e defendidos pela maioria do movimento sindical. Os ensinamentos de luta, organização e solidariedade não passaram ainda para as novas gerações, e sem isso os futuros trabalhadores não serão mais que matéria-prima para uma exploração brutal. Encontrar os métodos, a linguagem, as causas para organizar os precários e uni-los aos trabalhadores mais estáveis e organizados, evitando a divisão da classe, é uma tarefa essencial.
A CASA defende a autonomia e independência dos sindicatos, associações e comissões de trabalhadores face ao Estado, governos e partidos políticos, a construção da unidade como valor estratégico na luta dos trabalhadores e trabalhadoras, a mobilização colectiva da nossa classe como forma privilegiada de luta. O internacionalismo activo é parte constitutiva da nossa acção. O funcionamento interno d’ A CASA procura construir processos que assegurem a democracia e autonomia dos trabalhadores, um rico e saudável debate interno, respeitando a pluralidade existente no seu interior.
Os processos de decisão procurarão basear-se na ampla participação das entidades e organizações nela filiadas, que gozam de autonomia política, organizativa e financeira em relação à A CASA. Esta terá uma estrutura de direção horizontalizada, com a participação de todas as entidades filiadas, procurando assim fugir da forma burocrática/de cúpula de organização. Os cargos de direcção d’ A CASA serão revogáveis a qualquer momento, nos termos dos Estatutos.
A CASA não tem um programa, nem um funcionamento acabado, perfeito. Procuramos a unidade de todos os sectores combativos dos movimentos sindicais, populares, de trabalhadores de todos os sectores da sociedade. Colocamos a nossa experiência ao serviço de um projecto de emancipação e autodeterminação daqueles que vivem do trabalho.